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Frigoríficos intensificam medidas em defesa dos trabalhadores

Toda a cadeia produtiva está engajada no cumprimento das normas de modo a efetivamente enfrentar a emergência de saúde pública.

Por Marcos Herbert / [email protected] em 27/05/2020 às 09:42:40

Foto: Divulgação

As indústrias de processamento de carne estão adotando um avançado protocolo de controle da higiene e profilaxia para assegurar a saúde dos trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus. "O que já era rigoroso ficou ainda mais severo", assinalam os dirigentes do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV)

Enquanto aguarda a edição de um protocolo unificado dos Ministérios da Agricultura, Saúde e Economia, as indústrias estão cumprindo um extenso conjunto de medidas definidas no ofício circular SEI 1162/2020, da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, expedida em 31 de março deste ano. Trata-se de normativas gerais especialmente direcionadas aos trabalhadores e empregadores do setor de frigoríficos em razão da pandemia da covid-19.

De acordo com o presidente da ACAV, José Antonio Ribas Júnior, toda a cadeia produtiva está engajada no cumprimento das normas de modo a efetivamente enfrentar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus.

Na semana passada, os representantes das agroindústrias se reuniram com o governador Carlos Moisés, deputados da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa e secretários de Estado da Casa Civil, Agricultura e Saúde. Ficou evidente na reunião que Santa Catarina colocou em curso todas as medidas para enfrentamento da pandemia e proteção dos trabalhadores. Também ficou definido que o Estado adotará o protocolo federal, assim que for editado.

"Vamos superar esse quadro de dificuldades que, agora, exige ações para o achatamento da curva de contágio, de forma aqueles que forem acometidos recebam os cuidados médicos e hospitalares necessários", declarou Ribas Júnior. Por isso, os trabalhadores e as empresas estão observando atentamente todas as medidas, assegurando assim os empregos e a atividade econômica.

Cuidados extremos

As empresas da carne criaram protocolos para identificação e encaminhamento de trabalhadores com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus antes de ingressar no ambiente de trabalho. O protocolo inclui o acompanhamento da sintomatologia dos trabalhadores no acesso e durante as atividades nas dependências das empresas. Os trabalhadores são orientados sobre prevenção de contágio e a forma correta de higienização das mãos e demais medidas de prevenção.

As máscaras de proteção respiratória são fornecidas pelas empresas, utilizadas conforme uso indicado e jamais são compartilhadas. Os trabalhadores pertencentes a grupo de risco (com mais de 60 anos ou com comorbidades de risco) recebem atenção especial, priorizando sua permanência na própria residência em teletrabalho ou trabalho remoto.

O trabalhador que apresenta sintomas da COVID-19 não embarca nos meios de transporte. Foram criados mecanismos para os trabalhadores reportarem se estiverem doentes ou com sintomas ou, ainda, se tiveram contato com pessoa diagnosticada. Os trabalhadores com suspeita de contaminação por COVID-19 são encaminhados ao ambulatório da empresa para avaliação e acompanhamento adequado.

É afastado o colaborador no caso de confirmação do diagnóstico clínico. Procede-se a busca ativa dos trabalhadores que tiveram contato com o trabalhador inicialmente contaminado. O protocolo também define orientações para os trabalhadores terceirizados e as demais pessoas que adentram no estabelecimento.

Foram definidas medidas para diminuir a intensidade e a duração do contato pessoal entre trabalhadores e entre esses e o público externo, evitando ainda a circulação de pessoas de outras cidades na empresa. Foram suspensos os deslocamentos de viagens e reuniões presenciais, utilizando recurso de áudio e/ou videoconferência. Estão sendo reorganizados os postos de trabalho de forma a ampliar o espaçamento entre os trabalhadores.

Todo o paramento de proteção buconasal é fornecido, tais como toucas tipo ninja, capuz, respirador ou máscaras, associado à utilização de vestimentas de trabalho estabelecidas pela vigilância sanitária. A força de trabalho é distribuída ao longo da jornada para evitar a concentração em um turno só. Equipamentos de proteção e higiene são disponibilizados para funcionários de áreas comuns, como profissionais de limpeza, de refeitórios e enfermarias.

As práticas de boa higiene e conduta são incentivadas de forma permanente com disponibilização de material para higienização das mãos nas áreas de circulação de pessoas e nas áreas comuns. Nessa mesma linha de conduta, adotaram-se procedimentos contínuos de higienização das mãos, com utilização de água e sabão em intervalos regulares e, ainda, sanitizante adequado para as mãos, como álcool 70%.

Reiteradas comunicações orientem para evitar contatos muito próximos, como abraços, beijos, apertos de mão. Locais de trabalho e áreas comuns são desinfectadas e limpas no intervalo entre turnos ou sempre que há a designação de um trabalhador para ocupar o posto de trabalho de outro. Sanitário e vestiários recebem prioridade. Superfícies de contato frequente das mãos, como catracas, maçanetas, portas, corrimãos, botões de controle de equipamentos são limpas com grande frequência.

Os trabalhadores que preparam e servem as refeições utilizam máscara cirúrgica e luvas, com rigorosa higiene das mãos. É proibido o compartilhamento de copos, pratos e talheres não higienizados, bem como qualquer outro utensílio de cozinha. As superfícies das mesas são lavadas e desinfectadas após cada utilização. Foi ampliado, nos refeitórios, o espaçamento entre as pessoas na fila, orientadas que sejam evitadas conversas.

Foi ampliado o espaçamento entre as cadeiras para aumentar as distâncias interpessoais. Em muitas empresas tornou-se necessário aumentar o número de turnos em que as refeições são servidas: escalonou-se o horário para entrada nos refeitórios, de forma a reduzir o número de pessoas utilizando o espaço no mesmo tempo.

As comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA) se reúnem por meio de videoconferência. Os trabalhadores da saúde, como enfermeiros, auxiliares e médicos, recebem máscaras durante o atendimento, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, e equipamentos de proteção individual (EPIs) definidos para os riscos.

No transporte dos trabalhadores são observadas as seguintes condições: ventilação natural dentro dos veículos através da abertura das janelas, distância segura entre trabalhadores e desinfecção regular entre os assentos e demais superfícies do interior do veículo que são mais frequentemente tocadas pelos trabalhadores. Os motoristas higienizam as mãos e o posto de trabalho, inclusive volantes e maçanetas do veículo.

Em Santa Catarina a agroindústria de processamento de carne (aves e suínos) emprega diretamente 60 mil trabalhadores e, indiretamente, 480 mil pessoas. O abate e processamento industrial atinge 34.000 suínos/dia e 3 milhões de aves/dia.

O Estado é o maior produtor de suínos e o 2º de aves no Brasil. Também é o maior exportador das duas proteínas: responde por 57% das exportações de carne suína do Brasil e 28% da exportação nacional de carne de aves. Cerca de 70% das exportações catarinenses são sustentadas pela agroindústria. O setor representa 34% do PIB estadual. Entre integrados e cooperados são mais de 66.000 estabelecimentos rurais envolvidos.

Fonte: MB Comunicação

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