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Venenos de vespa e escorpião podem auxiliar tratamento de tuberculose

Por Rádio Onda Positiva em 19/01/2020 às 19:03:48

"Não tem como a bactéria montar um mecanismo de resistĂȘncia", assinala Ana Paula Junqueira Kipnis, coordenadora do projeto e professora do Instituto de Patologia e Medicina Tropical.

Segundo sua comparação, os outros antibióticos "tĂȘm que entrar na bactéria, interferir com enzimas no metabolismo para conseguir matĂĄ-la. A bactéria, no entanto, cria mecanismos para impedir a ação desses fĂĄrmacos, jogando a droga para fora ou produzindo enzimas que quebram o remédio."

A tuberculose é uma doença infecciosa, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, que propaga pelo ar após fala, espirro ou tosse das pessoas infectadas, atingindo principalmente os pulmões. A forma de prevenção da tuberculose em crianças é a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin). O tratamento em pessoas infectadas é feito com quatro fĂĄrmacos e observação direta. A vacinação e o tratamento são ofertados gratuitamente no Sistema Único de SaĂșde (SUS).

"No Brasil, a doença é um sério problema da saĂșde pĂșblica, com profundas raĂ­zes sociais. A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenĂĄrio ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrĂȘncia da tuberculose", informa o ministério, acrescentando que o risco de adoecimento é maior entre pessoas de rua, pessoas que vivem com HIV/Aids, presos e indĂ­genas.

Superbactérias e patentes

Os cientistas da UFG também descobriram que as substâncias contidas no veneno da vespa servem para tratar pessoas infectadas com superbactérias, como aquelas adquiridas em unidades de terapia intensiva em hospitais. De acordo com Ana Paula Junqueira Kipnis, essa é a primeira vez no mundo que se faz pesquisa com o veneno de vespa para desenvolvimento desse tipo de fĂĄrmaco.

O eventual uso de novos fĂĄrmacos a partir das pesquisas da UFG pode demorar até uma década. Além do depósito de patentes para registro e publicação dos resultados da pesquisa em revistas cientĂ­ficas, é preciso desenvolvimento de mais estudos que exigem parceria entre a universidade e empresas farmacĂȘuticas. Antes de qualquer remédio poder ser utilizado em seres humanos, inclusive como teste, o medicamento deve ser submetido a testes clĂ­nicos exigidos pela AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa).

Em geral, a produção de medicamentos é investimento que exige longo prazo. Afora os testes, a indĂșstria farmacĂȘutica precisa custear a sĂ­ntese que produz o peptĂ­deo microbiano em laboratórios com capacidade de fabricação em massa, para eventual comercialização. O laboratório que venha a se associar para a produção do medicamento deverĂĄ fazer o respectivo registro para a venda.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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