Um levantamento sobre a transparĂȘncia das ações municipais durante a pandemia de coronavĂrus aponta que 92% das cidades de Santa Catarina não estão divulgando os dados conforme prevĂȘ a legislação. A avaliação leva em conta informações a respeito de contratações emergenciais e de orientações de controle da Covid-19.
Os dados são da Rede de Controle de Gestão PĂșblica, cujo trabalho é resultado de uma força-tarefa formada órgãos de controle como tribunais de contas, Ministério PĂșblico, controladorias, polĂcias, sob a coordenação do Observatório Social de Santa Catarina.
Conforme a mais recente avalição da força-tarefa, 130 cidades não estão divulgação as ações de acordo com a legislação, e outras 142 atendem às exigĂȘncias de modo parcial, totalizando 92%. Apenas 23 municĂpios estão cumprindo as determinações de modo regular, 8%. Os dados foram levantados entre os dias 26 de agosto e 13 de outubro.
A força-tarefa verifica se os municĂpios disponibilizam as informações previstas pela Lei 13.979/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergĂȘncia de saĂșde pĂșblica decorrente da Covid-19. Também foram verificadas as exigĂȘncias da Lei de Acesso à Informação e Lei de Responsabilidade Fiscal.
Esta foi a segunda atualização feita pelo grupo. Na primeira, divulgada no mĂȘs de julho, 59% das cidades não cumpriam as regras de transparĂȘncia, 32% cumpriam de modo particial e 9% cumpriam. Os detalhes do levantamento anterior podem ser conferidos no site da Rede de Controle de Gestão PĂșblica.
Coordenador da rede de controle, Waldemir Paschoiotto falou sobre o assunto em entrevista na manhã desta quinta-feira, 22. Ele destacou que, em momentos de gastos emergenciais, a transparĂȘncia se torna uma ferramenta ainda mais importante para evitar problemas de mĂĄ gestão e mesmo de corrupção.
Paschoiotto também comentou que um dos principais problemas encontrados nos portais das prefeituras diz respeito à divulgação dos documentos relativos a contratações emergenciais.
— VĂĄrios municĂpios estão deixando de cumprir a regra determinada na legislação, e assim como atrapalhando o controle social, evitando que as pessoas consigam averiguar a correta aplicação dos recursos — disse.
De acordo com o coordenador do grupo, a intenção do grupo é divulgar um levantamento atualizado a cada dois meses.
Fonte: DC