A chuva que caiu nesta semana em Santa Catarina não teve o efeito esperado pelo setor agropecuário. Nas regiões Oeste, Meio-Oeste e Extremo-Oeste, as mais prejudicadas, o acumulado dos últimos dias não alcançou 15 milímetros e no mês de outubro soma até agora 40 milímetros, bem abaixo do normal para o período. Segundo Epagri/Ciram, o déficit hídrico já ultrapassa 700 milímetros neste ano.
Segundo a FAESC (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), a pouca umidade gerada no solo ajudou na germinação das sementes de milho e soja já plantadas e contribuiu para a aplicação de herbicidas e fertilizantes, porém foi insuficiente para assegurar a produção de grãos e melhorar as pastagens para alimentar o gado leiteiro.
"Novamente a estiagem castiga os produtores e a falta de previsão de chuva regular para os próximos meses impactará na redução da produção de milho, de soja e do volume produzido de silagem. Quem já plantou, está com problemas na germinação das sementes e os demais esperam a chuva para poder iniciar o plantio, feito entre setembro e novembro. O maior problema, porém, ainda é o desabastecimento das propriedades rurais. Muitos produtores estão tendo que investir na contratação de caminhões pipa para levar água para os animais e para o consumo humano", detalha o presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo.
A Secretaria de Estado da Agricultura anunciou a destinação de R$ 3 milhões para apoiar projetos de perfuração de poços, armazenagem e distribuição de água para atividades essenciais das propriedades rurais. Por meio do projeto Água Para Todos, os produtores rurais têm acesso a financiamentos sem juros para perfuração de poços, além da construção de estruturas de armazenagem e distribuição de água. Os recursos são de até R$ 25 mil por pessoa ou até R$ 50 mil para projetos coletivos, que poderão ser restituídos em até 36 meses, com seis meses de carência e sem juros.
Fonte: ND+