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Governo anuncia demissão do presidente do INSS, Renato Rodrigues Vieira

Vieira ficou um ano no cargo; secretário de Previdência Leonardo Rolim assume o instituto. Governo tenta destravar fila com quase 2 milhões de pedidos represados

Por Rádio Onda Positiva em 28/01/2020 às 19:31:00

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Economia anunciou nesta terça-feira (28) a demissão do presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Renato Rodrigues Vieira. Segundo o governo, a saĂ­da acontece a pedido do próprio gestor.

Renato Vieira foi nomeado no inĂ­cio do governo do presidente Jair Bolsonaro, e ficou pouco mais de um ano no cargo. O INSS enfrenta, desde o fim do ano passado, uma crise na anĂĄlise de benefĂ­cios do INSS.

Hoje, hĂĄ quase 2 milhões de pedidos de pensões e aposentadorias represados na fila. O prazo para regularizar essa situação, segundo o próprio governo, é de seis meses.

"Ele consolidou sua disposição de sair do INSS a pedido. Foi uma conversa amadurecida ao longo dos Ășltimos 15 dias", afirmou o secretĂĄrio Especial de PrevidĂȘncia e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.

"Ano passado foi bastante intenso, esse ano serĂĄ muito desafiador. O Renato acha que precisa se dedicar a seus projetos, e nós aceitamos sua demissão. Comunicamos ao [ministro da Economia] Paulo Guedes e [ao presidente da RepĂșblica Jair] Bolsonaro, e amanhã haverĂĄ consolidação desse ato, com indicação do seu substituto", declarou.

Segundo Marinho, a presidĂȘncia do INSS serĂĄ assumida pelo atual secretĂĄrio de PrevidĂȘncia, Leonardo Rolim. Ainda não hĂĄ definição de quem o substituirĂĄ no ministério.

"O substituto do Rolim, nós vamos com um pouco mais de cuidado buscar esse nome. existe todo um corpo técnico na Secretaria de PrevidĂȘncia capaz de aguardar esse substituto. A prioridade é o INSS e não podemos deixar ter descontinuidade. (..) a escolha do Rolim se deu por esses aspectos".

Reforço nas agĂȘncias

Nesta terça, representantes do governo se reuniram com o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), para tentar destravar uma das medidas anunciadas para agilizar o processamento dos pedidos: a contratação de militares da reserva para reforçar o atendimento nas agĂȘncias.

O Ministério PĂșblico junto ao TCU apontou que o governo não poderia excluir os servidores civis desse processo seletivo, sob pena de estar limitando a concorrĂȘncia e criando uma "reserva de mercado".

Segundo o secretĂĄrio Rogério Marinho, nessa reunião ficou acertado que servidores aposentados civis também devem ser incluĂ­dos no chamamento pĂșblico. Para isso, no entanto, serĂĄ necessĂĄrio editar uma Medida Provisória.

"No caso dos militares, jĂĄ existe autorização legislativa [para trabalho na reserva], de quando houve reestruturação da carreira. Havia necessidade de decreto pra normatizar autorização legislativa", diferenciou.

O decreto com as normas para o chamado dos militares foi publicado na Ășltima quinta (23). Quando o edital for publicado, os ministérios da Defesa e da Economia ainda terão de avalizar as contratações.

Pedidos represados

Hoje, quase 2 milhões de pedidos de brasileiros aguardam uma resposta do INSS para aposentadorias e outros benefĂ­cios, como salĂĄrio-maternidade e auxĂ­lio-doença. Desses, 500 mil estão a espera de documentos que dependem do segurado, mas quase 1,5 milhão estão parados por falha no sistema.

No Ășltimo dia 10, o então presidente do INSS Renato Vieira afirmou que, mesmo com novas medidas anunciadas, o represamento de pedidos no instituto só seria resolvido em seis meses.

A lista de medidas apresentadas inclui

a contratação de militares da reserva para reforçar o atendimento nas agĂȘncias – e que, agora, também deve envolver aposentados civis;

a liberação de analistas do INSS, que hoje estão no atendimento, para reforçar a anĂĄlise dos documentos;

uma força-tarefa para periciar os 1.514 casos de servidores do INSS que estão afastados;

medidas de desburocratização do atendimento do INSS, como o fim da obrigação em autenticar documentos e atualizar certidões ao longo da tramitação.

A contratação dos militares ainda não começou porque foi contestada pelo Ministério PĂșblico junto ao Tribunal de Contas da União. Segundo os procuradores, o governo não pode restringir essa contratação apenas aos militares, excluindo a possibilidade de que cidadãos civis disputem as vagas.

Fonte: G1

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