Doação de kits para venezuelanos é alvo de críticas em Itapiranga

A secretaria municipal de Assistência Social de Itapiranga, entre os dias 25 e 27 de janeiro, realizou a entrega de kits com produtos alimentícios, higiene, limpeza e enxoval de cama, contendo colchão, travesseiro e lençol casal e solteiro.

Foram distribuídos em torno de 170 kits, adquiridos pela Administração Municipal, em conformidade com as portarias 369 e 468, do Governo Federal. As portarias determinam que os recursos federais devem ser aplicados pelos municípios em ações que beneficiem migrantes e imigrantes.

A ação foi alvo de críticas dos internautas na página oficial do município no Facebook (Veja aqui). Usuários da rede social relatam que pessoas naturais do município e que necessitam de ajuda estão sendo esquecidas pelos órgãos públicos. Um dos comentários cobra a revisão da vinda de estrangeiros, principalmente venezuelanos. Cita ainda o excesso de privilégios concedidos aos estrangeiros.

A secretária municipal de Assistência Social, Simone Felin, explica que os recursos federais foram recebidos pelo município para execução de ações socioassistenciais e estruturação da rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), bem como para auxiliar os municípios que receberam migrantes e imigrantes. Simone cita que os recursos foram aplicados em favor dos venezuelanos que residem no município.

Dados do Portal Acolhida, do Ministério da Cidadania, mostram que 216 venezuelanos foram interiorizados para Itapiranga (Consulte aqui). A secretaria de assistência social do município, no entanto, estima que são 1.200 venezuelanos. A pasta trabalha na elaboração de um cadastro para apurar o número exato de estrangeiros residindo em Itapiranga.

Interiorização

A estratégia de interiorização, que desloca migrantes e refugiados venezuelanos de Roraima para outros estados é a principal estratégia do governo brasileiro para promover a inclusão socioeconômica de quem deixou a Venezuela.

Desde o início da estratégia de interiorização, em abril de 2018 até janeiro, já foram interiorizadas mais de 46 mil pessoas para mais de 400 cidades brasileiras em diversas Unidades da Federação. Na estratégia coordenada pelo Governo Federal, apenas os migrantes e refugiados venezuelanos regularizados no Brasil, imunizados, avaliados clinicamente e com termo de voluntariedade assinado podem participar das ações.

Existem diferentes modalidades, que incluem: saída de abrigos em Roraima para abrigos em uma das cidades de destino; reunificação familiar; reunião social; e com vaga de trabalho sinalizada.