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Filho e neto cantam "Meu ipê florido" antes de idosa morrer em SC

Moradora de Itapiranga estava internada tratando as consequências da Covid-19

Por Redação Onda Positiva em 27/07/2021 às 15:20:48

Catarina e o esposo Bruno morreram com 11 dias de diferença. - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Os últimos momentos de vida de Catarina Maria Simon, de 80 anos, foram especiais e ficarão marcados para sempre na memória da família. A idosa estava internada no HRTGB (Hospital Regional Terezinha Gaio Basso), em São Miguel do Oeste, onde lutava contra as complicações da Covid-19.

Na tarde de 21 de julho Catarina recebeu a visita do filho Mauro José Simon e do neto Douglas Welter Simon que a presentearam com uma bela apresentação musical. A filha, Cleide Inês Simon Popper, que a acompanhava no hospital registrou o momento.

Moradora de Itapiranga, Catarina estava internada desde 12 de julho tratando as consequências da Covid-19 e ganhou uma homenagem do filho e do neto. Devidamente paramentados, eles cantaram várias canções que sempre eram lembradas nos encontros de família, como "O Ipê e o Prisioneiro", de Liu e Léu.

Mauro revelou que o que a mãe mais gostava era de reunir a família, cantar e viver. "O que ela mais fazia, onde ela estivesse: seja em casa ou no clube de idosos, era cantar e se divertir", contou o filho.

Segundo a filha Cleide, os encontros de família eram frequentes e sempre regados a muita música e amor. "Minha mãe amava cantar e reunir a família. O que ela mais desejava no mundo era ter a família por perto. Esse momento no hospital foi uma coisa única, não temos como demonstrar o que ela sentiu. Ela ficou muito emocionada".

Após ver o filho e o neto cantarem, Catarina, que já estava muito fraca, não resistiu e morreu em 22 de julho. Apesar da dor da partida, a família guardará para sempre esses últimos momentos. "Um dia antes ela recebeu a visita de outros dois netos e ficou muito feliz em ver meu irmão e meu sobrinho cantando para ela", afirma a filha.

Assista a homenagem


Mais de cinco décadas de amor

Cleide atribui a debilitação da mãe também à morte de seu pai, Bruno José Simon. Aos 82 anos ele morreu no dia 11 de julho em decorrência de uma insuficiência renal. "Ele teve erisipela e estava tratando, como tinha insuficiência renal aguda não podia tomar muito antibiótico. Nesse tempo em que estava no tratamento pegou Covid-19, o que agravou a situação do rim", conta a filha.

A morte do companheiro abalou Catarina que já estava se recuperando da Covid-19. "Durante o período que teve Covid-19 ela se recuperava bem, mas ela ficou ainda mais fraca quando meu pai morreu e isso agravou a situação somado às sequelas causadas pelo vírus. Minha mãe não queria mais viver sem meu pai", afirma Cleide.

Catarina e Bruno foram casados por 57 anos e comemoraram os 25, 40 e 50 anos com festas e rodeados dos familiares e amigos que tanto amavam. O exemplo de companheirismo e amor dos dois ficará eternizado na memória da família.

"Ela só não nos deixou no dia 21 porque era meu aniversário de casamento na igreja. Por amor a mim e por saber que já era difícil meu pai ter nos deixado no dia em que fazia 14 anos que eu tinha casado no civil. Então, ela não queria que uma data tão importante para mim e para ela fosse marcada com a morte dela. Minha mãe era nossa fortaleza ela fazia tudo pelos filhos", acrescenta Cleide.

Catarina e Bruno morreram com 11 dias de diferença e deixaram um legado impresso na vida dos sete filhos, cinco homens e duas mulheres, e das cinco noras, dois genros, oito netos, sete meninos e uma menina, e um bisneto.

Visitas restritas

As visitas aos pacientes com Covid-19 são muito restritas e no HRTGB não é diferente. Elas são ponderadas conforme a necessidade e o estado clínico de cada um. Conforme a enfermeira Yasminne Marolli, ações como essa fazem parte dos cuidados paliativos.

"Precisamos proporcionar medidas de conforto, isso faz parte da humanização. Porquê não realizar esse desejo dela! Estamos trabalhando com pessoas, diariamente são desafios diferentes e foi bem importante para aquecer nossos corações", relata.

A enfermeira reforça que foi um momento especial, não só para a paciente, mas também para as pessoas que estavam no quarto. "Todos gostaram bastante. Somos seres humanos atendendo outro ser humano. Eu como enfermeira fico muito lisonjeada em ter participado com toda a equipe desse momento", finaliza Yasminne.

Fonte: ND+

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