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Força Nacional investiga arrendamentos ilegais na Terra Indígena do Guarita

Acredita-se que 12 mil hectares estejam sendo plantados por pessoas não-indígenas

Por Redação Onda Positiva em 20/10/2021 às 19:12:23

Foto: Félix Zucco / Agencia RBS

De maneira bem mais discreta do que se imaginava, a Força Nacional de Segurança, tropa de elite coordenada pelo Governo Federal, já está atuando dentro da Terra Indígena do Guarita e nos municípios de Redentora, Miraguaí e Tenente Portela num trabalho de investigação que visa identificar quem são os arrendatários ilegais que plantam dentro da área federal.

Na prática, os soldados da Força Nacional fazem a segurança de agentes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA e Receita Federal que estão fazendo um levantamento investigativo para determinar o nome dos arrendatários que estão atuando dentro da Terra Indígena do Guarita.

São 11 homens da Força Nacional, vindos da cidade de Foz do Iguaçu, onde estavam lotados no policiamento de fronteira. Eles se dividem em grupos e estão atuando com alguns veículos identificados e outros discretos. O trabalho é bastante sigiloso e por questão de segurança não estão sendo divulgados maiores detalhes.

Na manhã desta quarta-feira, 20, um helicóptero da Receita Federal sobrevoou a área. A Terra Indígena do Guarita possuí 23 mil hectares, dos quais 15 mil são agricultáveis e acredita-se que 12 mil estejam sendo plantados por pessoas não-indígenas.

A operação faz parte de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal desde 2018. A ação foi baseada em uma investigação da Polícia Federal realizada nos anos 90, onde foram identificadas 196 pessoas que arrendariam terras de indígenas para a planta. Como o tempo entre a investigação e a ação era muito longo, a Justiça Federal determinou que a Funai fizesse um novo levantamento.

Inicialmente a FUNAI alegou que não poderia executar a ordem por causa da pandemia e num segundo momento aduziu falta de segurança, uma vez que há muitos interesses econômicos envolvidos. A Fundação também citou a presença da "Facção Os Manos" dentro da Terra Indígena como impeditivo para realizar o levantamento.

Após isso, o Ministério Público pediu a presença da Força Nacional para garantir segurança aos servidores, pedido que foi aceito pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e publicado no Diário Oficial da União na última semana.

Nesta quinta-feira, 21, serão tomados depoimentos de indígenas e não indígenas na delegacia de Polícia Civil de Miraguaí. O local foi requisitado pela Policia Federal para que ocorrem algumas oitivas. Os agentes da FUNAI vieram de fora para que não haja interferência ou pressão sobre os servidores locais.

A preocupação com possível pressão é tanta que os agentes estão se hospedando no 37º Batalhão da Brigada Militar de Frederico Westphalen, ou seja, fora da área de atuação policial da região onde se localizam as terras indígenas. Inicialmente o prazo de permanência das equipes é de 10 dias, no entanto, não está descartada a prorrogação por tempo indeterminado.

Fonte: Jornal Província

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