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Pescadores relatam prejuízos devido a plantas aquáticas

Pesca reduziu em 70% devido ao problema.

Por Redação Onda Positiva em 11/09/2020 às 10:41:16

Foto: Divulgação / AU

Pescadores do município de Iraí/RS têm reclamado da presença de plantas no rio Uruguai, que eles identificam como algas.

Essa situação, segundo os pescadores, está prejudicando a pesca, mas a incidência não é comum e teriam começado a aparecer há cerca de dois meses.

De acordo com o pescador e presidente da Colônia de Pescadores Z-22, Luis Carlos Corrêa Amaro, a presença das algas acaba afastando os peixes e causando prejuízos com perda ou danos nos equipamentos de pesca.

Segundo o relato de Amaro, as plantas formam uma espécie de limo quando o rio está baixo e aumentam conforme a vazão sobe.

A suspeita de Amaro e dos demais pescadores é de que o surgimento das plantas tenha alguma ligação com a Usina Foz do Chapecó.

Usina cita que não tem relação com o aparecimento das algas

Por outro lado, conforme a assessoria de comunicação da Usina Foz do Chapecó, a barragem não possui relação com o aparecimento das plantas no rio.

"Não temos registro de macrófitas (algas) no reservatório. A operação da usina não gera macrófitas e nem faz elas se proliferarem. Então, essas plantas devem ter encontrado ambiente favorável abaixo da usina. O que faz elas se reproduzirem é a matéria orgânica e onde tem muita matéria orgânica é no esgoto doméstico", cita a nota divulgada pela assessoria da empresa.

Plantas de duas espécies foram identificadas

Para tentar identificar a origem das plantas e o que está fazendo elas permanecerem no rio, amostras das chamadas algas pelos pescadores foram encaminhadas para o curso de Biologia da URI de Frederico Westphalen.

Conforme o professor Marcelo Carvalho da Rocha, nas águas do rio Uruguai foram encontradas duas espécies de plantas, a eichhornia crassipes, popularmente conhecida como aguapé, e a pistia stratiotes, também conhecida como alface d´água.

– Ambas são classificadas como macrófitas aquáticas livre-flutuantes e assim podem deslocar-se pela superfície da água. São nativas da América do Sul, e geralmente presentes na maioria dos ecossistemas aquáticos continentais, sendo que suas ocorrências podem se dar por eventos naturais, acidentais ou intencionais, e quando se prolifera de forma descontrolada têm causado preocupação a classe pesqueira e aos órgãos ambientais – expõe o professor.

O profissional ainda cita que em ecossistemas onde não há corrente de água, as plantas podem auxiliar no metabolismo, melhorando os processos naturais, como, por exemplo, a retenção de nutrientes e poluentes.

Já em ambientes de água corrente, como rios, as plantas podem causar impactos econômicos, "sobretudo nos reservatórios, como acúmulo de rejeitos e sedimentos, dificuldades na navegação, abrigar vetores de doenças especialmente mosquitos, além de prejuízos nas atividades pesqueiras e de turismo", complementa Rocha.


Fonte: O Alto Uruguai

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