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Saiba como se proteger do golpe do Whatsapp, crime virtual que tem feito vítimas em SC

Em pouco mais de sete meses, mais de 14,7 mil pessoas sofreram crimes virtuais em SC

Por Redação Onda Positiva em 09/10/2020 às 08:56:13

Foto: Divulgação

Cinco minutos depois de concluir uma conversa com a amiga, no WhatsApp, a pedagoga que não será identificada para a sua segurança foi novamente acionada pelo contato. A pessoa do outro lado, que ela imaginava ser a amiga com quem falava há pouco, pediu o print (foto da tela) de um código que enviaria em instantes por SMS.

Sem saber por qual motivo, com pressa e sem desconfiar de nada, a educadora fez o procedimento. A partir de então, foram necessários apenas dois minutos para que os criminosos invadissem, também, a sua conta no aplicativo.

Com o domínio do perfil da professora, no aplicativo de conversa, os golpistas passaram a pedir dinheiro para os contatos da professora, aqueles com quem ela havia falado recentemente. A vítima, que não conseguia mais reverter a invasão, precisou achar outras formas de avisar seus conhecidos sobre o golpe que poderiam sofrer, caso depositassem ou transferissem os valores solicitados.

Assim como a pedagoga e a amiga dela, inúmeras outras pessoas já foram vítimas de invasão de dispositivo em todo o país. Somente em Santa Catarina, entre 1º de janeiro a 1º de agosto de 2020, mais de 14,7 mil pessoas sofreram crimes praticados em meio virtual, o que inclui extorsão, estelionato e invasão de dispositivo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de SC (SSP).

O que acontece, conforme o doutor em Comunicação e Linguagens, Moisés Cardoso, é uma migração de atuação dos golpistas, do analógico para o digital:

- Envolve o que a gente chama de engenharia social para ludibriar a vítima. Pega a lábia que se usa para o golpe do bilhete premiado e digitaliza.

Essa migração, segundo o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da DEIC em SC, delegado Luiz Felipe Rosado, também quebrou fronteiras de distância para os criminosos, que não estão mais limitados a procurar alvos próximos:

- Tem muita gente sendo vítima de crimes em SC por indivíduos que estão em outros estados - alerta.

E a única forma de evitar uma invasão no Whatsapp e proteger seus conhecidos de um golpe virtual é entender a engenharia do crime e reforçar, facilmente, os mecanismos de segurança individuais (veja dicas abaixo).

Como ocorrem as invasões no aplicativo

Os criminosos são astutos. Aproveitam todas as oportunidades para chegarem até a vítima: uma data comemorativa, as férias, um período de pandemia, volta às aulas ou mesmo um anúncio feito em plataformas de compra e venda. Basta apenas um telefonema ou uma mensagem na hora certa para a vítima entregar o que o golpista precisa: a chave numérica que dará carta branca para agir.

Em períodos de férias, por exemplo, um convite para um evento pode ser a temática do infrator, segundo o especialista Moisés Cardoso, que irá agir com a mesma sagacidade usada para os batidos golpes do bilhete premiado. Veja como acontece.

Convite para evento

O telefone toca, a vítima atende. Do outro lado uma pessoa se apresenta com um nome qualquer e traz um atrativo: queria confirmar o nome do senhor para um coquetel que vai ocorrer amanhã a noite (fala o endereço, a hora e quem está oferecendo o coquetel). A conversa se estende e quando o golpista acha que chegou o momento, avisa que está mandando um código de confirmação para registrar o nome no sistema. Depois, pede para que a vítima diga qual é o código recebido e a ligação é encerrada.

- O whatsapp manda um código alfanumérico por SMS para o número que você quer acessar a conta. O golpista tenta dar jeito para que a pessoa entregue pra ele esse código. Com o código em mãos, ele acessa o WhatsApp e começa pedir depósitos ou transferências - explica Moisés Cardoso.

Cartão de crédito clonado

Outro exemplo comum é o que usa como argumento um cartão de crédito clonado: bom dia, aqui é da agência do seu cartão de crédito e registramos que houve uma tentativa de clonagem do seu cartão. O senhor usou o cartão recentemente para alguma compra online ou em algum lugar não confiável? Tudo bem, vamos evitar um bloqueio parcial para garantir a sua segurança. Por favor, confirme o código que vai receber por SMS.

As ligações ou mensagens de texto ainda podem abordar uma compra online que a vítima está realizando naquele momento, podem oferecer desconto em alguma compra e cupons promocionais. Para quem anuncia em redes sociais ou sites de compra e venda, é possível que os trapaceiros peçam o código para concluir a publicação do anúncio e, em tempos de pandemia, até mesmo a confirmação sobre os sintomas ou falta deles, pode ser utilizada.

Equipe da saúde

- Boa tarde, sou da equipe de saúde do município e vou fazer algumas perguntas para controle. O senhor não apresentou nenhum sintoma? Como está a saúde da sua família? E os hábitos de higiene? Tudo bem, estou te mandando o código para aferir se o atendimento foi bom, o senhor dita ele para mim? - alerta o especialista, que complementa:

- É a engenharia social. Pega a temática do momento e adapta para tentar pegar a pessoa.

Como se proteger

A dica mais importante, segundo o delegado Luiz Felipe Rosado, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da DEIC em SC, é utilizar mecanismos de segurança que os próprios dispositivos de mensagem disponibilizam nas redes sociais.

No WhasApp, por exemplo, é possível ativar a segurança através da "verificação em duas etapas". Nesse caso, mesmo que a chave numérica seja entregue aos golpistas, a invasão não se concretiza, porque será necessário acrescentar uma senha de quatro dígitos que apenas o usuário do número em questão conhece.

- A confirmação em duas etapas não fica tão clara, a galera não dá muita bola, mas é o que tem de mais seguro para evitar que outra pessoa se apodere - reforça o especialista, Moisés Cardoso, que também orienta a configurar o WhatsApp para duas etapas.

Como ativar a segurança em duas etapas (Foto: Divulgação)

Além disso, outros detalhes podem ser observados, segundo o delegado Rosado, para diminuir os riscos de ter o nome ou a imagem vinculada aos golpes:

- Não deixar a foto com visualização para todo mundo ver nos aplicativos de conversa online. Mesmo que perfil de rede social seja bloqueado, a foto de capa não deve ser de rosto da pessoa, porque a foto pode ser anexada a um novo número, sob argumento de que trocaram o contato e que será usado para os golpes, depois.

Fonte: DC

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