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Entenda como o resultado das eleições nos EUA vai impactar Santa Catarina

Vitória de Biden foi anunciada neste sábado pela imprensa estadunidense.

Por Redação Onda Positiva em 07/11/2020 às 14:01:10

Foto: EFE

Desde a última terça-feira (3), o mundo acompanha atento a apuração da eleição que define o próximo presidente dos Estados Unidos, entre os candidatos Donald Trump, do partido Republicano, e o democrata Joe Biden. Os números deste último o levaram a vitória neste sábado, segundo a imprensa estadunidense.

O setor econômico catarinense também está de olho na eleição do mandatário da maior potência mundial. Os candidatos têm posições distintas em questões como comércio internacional e meio ambiente, e o resultado impactará a economia de Santa Catarina.

Para se ter uma noção da importância, somente entre janeiro e setembro de 2020, o Estado embarcou praticamente US$ 1 bilhão (R$ 5,39 bilhões) em madeira, obras para carpintaria, móveis, partes de motor aos EUA, segundo dados da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina). Os EUA são o segundo principal destino das exportações catarinenses.

Protecionismo e livre comércio

Trump e Biden apresentam posições opostas no que toca a relação econômica com outros países. No seu mandato, Trump aderiu a medidas protecionistas, favorecendo a indústria e o comércio nacional, mas desfavorecendo as empresas distribuídas pelo mundo.

Medidas antidumping, por exemplo, impediram a exportação de produtos a preço inferior ao realizado no mercado norte-americano, com o objetivo de favorecer a produção interna. Elas foram adotadas ao largo por Trump. E tiveram reflexos na economia catarinense.

Mesmo revestidas com uma retórica de proximidade, essas medidas antidumping reduziram as cotas de exportações de produto como aço e alumínio, destaca Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc. "A reeleição de Trump representaria a manutenção da política em curso".

Já Biden representa, para Aguiar, a tendência de restabelecimento do livre comércio, multilateralismo e a participação americana em organismos internacionais, como a OMC (Organização Mundial do Comércio).

"Temos a expectativa de que, como em qualquer relação entre governos, o contato se paute pela preservação dos interesses de cada nação. Como Brasil e Estados Unidos são economias fortes, precisam encontrar formas equilibradas e harmônicas, mantendo uma boa aproximação e trabalho conjunto" concluí Aguiar.

Crise pós pandemia

Os setores da economia que mais seriam favorecidos com uma política de abertura seriam principalmente a indústria metalmecânica, o setor de plásticos, cerâmica e o agronegócio, destaca Rogério Siqueira, secretário da SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina).

Para Siqueira, uma postura econômica mais cooperativa seria fundamental no período pós pandemia, quando empresas terão que se recuperar das baixas."Biden representa uma virada, pois ele é mais ligado às configurações globais. O Trump era mais nacionalista" ressalta o secretário.

Bruno Breithaupt, presidente da Fecomercio/SC (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina) também acredita que a tendência protecionista dos EUA será "suavizada". "É provável que o o Estado consolide ainda mais sua participação no total exportado e importado aos Estados Unidos" afirma.

Em 2020, com a pandemia da Covid-19, o valor das importações entre Brasil e EUA caiu 18,8% e das exportações 31,5% destaca Breithaupt. Em Santa Catarina a queda foi bem menor do que no país, com diminuição de 14,3% no valor das importações e apenas 5,0% no das exportações.

A questão ambiental

Além da abertura econômica, uma questão fundamental é a mudança de tom no que toca o meio ambiente. As políticas de sustentabilidade e preservação têm sido determinantes nos últimos anos, por exemplo, para viabilizar ou não parcerias econômicas entre países.

"Acordos comerciais contam com cláusulas ambientais. Trump tirou os EUA do acordo de Paris [tratado que rege medidas de redução de emissão de gases estufa]. Biden, se eleito, afirma que voltará ao acordo. Ele defende questões ambientais desde a década de 70? afirma Tiago Losso, professor do departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

É um consenso entre todos os entrevistados que esse é um fator preponderante. Se Biden se eleger, "os EUA voltarão à mesa de negociação com uma posição diferente da atual. E talvez sejam mais exigentes do ponto de vista ambiental", ressalta o pesquisador.

Exemplo dessa mudança pode ser, a título de exemplo, uma exigência de alterar questões fitossanitárias no cultivo de porcos, afirma Losso. "Se o Brasil procurar situação de confronto, podemos ter resultado dramáticos, como perder direitos de exportar. Dependerá da postura do Brasil".

Fonte: ND+

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