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Aumenta preocupação com doenças ligadas ao Aedes aegypti no verão

Campanha conta com a difusão de peças publicitárias em meios de comunicação, alertando sobre esses cuidados e sobre os riscos da disseminação do mosquito

Por Redação Onda Positiva em 21/12/2020 às 08:05:06

Foto: Paulo Whitaker / Reuters

Com a chegada do verão no Brasil e da chuva em diversas regiões, uma preocupação de saĂșde pĂșblica aumenta: o crescimento da circulação do mosquito Aedes aegypti e das doenças associadas a ele (chamadas de arboviroses urbanas), como dengue, zika e chikungunya.

Conforme o Ășltimo boletim epidemiológico do Ministério da SaĂșde sobre o tema, lançado em dezembro, entre janeiro e novembro foram registrados 971.136 casos provĂĄveis de dengue no Brasil, com 528 mortes. As maiores incidĂȘncias se deram nas regiões Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil).

No mesmo perĂ­odo, as autoridades de saĂșde notificaram 78.808 mil casos de chikungunya, com 25 óbitos e 19 casos em investigação. As maiores incidĂȘncias ocorreram no Nordeste (99,4 por 100 mil habitantes) e Sudeste (22,7/100 mil). JĂĄ os casos de zika, até o inĂ­cio de novembro, totalizaram 7.006, com incidĂȘncia mais forte no Nordeste (9/100 mil) e Centro-Oeste (3,6/100 mil).

Na avaliação do professor de epidemiologia da Universidade de BrasĂ­lia Walter Ramalho, este é o momento de discutir o problema do Aedes aegypti e as medidas necessĂĄrias para impedir sua proliferação. O maior desafio é diminuir os focos de criação dele.

O Aedes estĂĄ no Brasil hĂĄ mais de 100 anos. Em alguns momentos, jĂĄ chegou a ser erradicado. Mas nos Ășltimos 30 anos o inseto vem permanecendo e, segundo o professor Ramalho, se adaptando muito bem ao cenĂĄrio de urbanização do paĂ­s e do uso crescente de materiais de plĂĄstico, que facilitam o acĂșmulo de ĂĄgua propĂ­cio à reprodução do mosquito.

"Todos esses materiais, que podem durar muito tempo na natureza, podem ser criadouros do mosquito. A gente tem que olhar constantemente o domicĂ­lio, não somente na terra como nas calhas. Este é um momento do começo da chuva. Se não fizermos esse trabalho e se a densidade do mosquito for elevada, não temos o que fazer", alerta o professor.

Ele lembra que não se trata apenas de um cuidado com a própria pessoa e sua casa, mas com o conjunto da localidade, uma vez que domicĂ­lios com foco de criação acabam trazendo risco para toda a vizinhança.

O professor da UnB acrescenta que o cuidado no combate aos focos não pode ser uma tarefa somente do Poder PĂșblico. Uma vez que qualquer residĂȘncia, terreno ou imóvel pode concentrar focos, é muito difĂ­cil que as equipes responsĂĄveis pela fiscalização deem conta de cobrir todo o território.

Ramalho destaca que as doenças cujos vĂ­rus são transmitidos pelo mosquito são graves. A dengue hemorrĂĄgica pode trazer consequĂȘncias sérias para os pacientes.

"A zika causou microcefalia no Nordeste e em algumas cidades de outras regiões. E precisamos nos preocupar com a chikungunya. Ela causa sintomatologia de muitas dores articulares. Muitas pessoas passam dois, trĂȘs anos sentindo muitas dores. Isso causa desconforto na vida durante todo esse perĂ­odo", afirma.

Campanha

No mĂȘs passado, o governo federal lançou uma campanha contra a proliferação do Aedes com o lema "Combater o mosquito é com vocĂȘ, comigo, com todo mundo". O desafio é conscientizar os cidadãos sobre a importância de limpar frequentemente estruturas onde possa haver focos e evitar a ĂĄgua parada todos os dias. A campanha conta com a difusão de peças publicitĂĄrias em meios de comunicação, alertando sobre esses cuidados e sobre os riscos da disseminação do mosquito e as consequĂȘncias das doenças associadas a ele.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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