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Santa Catarina tem 420 pacientes na fila da UTI e segue em colapso

Lockdown volta para o centro da discussão; decisão judicial pressiona gestão estadual

Por Redação Onda Positiva em 16/03/2021 às 07:23:39

Foto: Joice Kroetz - Ascom/HRTGB

Os Ășltimos dados, divulgados nesta segunda-feira (15), indicam que um total de 420 pacientes ainda aguardam na fila da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), dando continuidade ao colapso do sistema pĂșblico de saĂșde, provocado pelo agravamento da pandemia da Covid-19 em SC.

São, atualmente, 37.119 mil pacientes ativos da Covid-19, e o Ă­ndice de lotação global de UTI é 96% segundo os dados oficiais, sendo que a própria Secretaria de SaĂșde afirma que o dado é "virtualmente inferior à realidade". Atualmente, são quatro dos 55 hospitais de Santa Catarina que ofertam leitos adultos para a Covid-19, sendo que o total são nove leitos dentre as quatro unidades.

Dada a alta volatilidade de internações, esses nove leitos devem estar ocupados até o fechamento desta matéria. O Estado vive uma superlotação ampla e irrestrita ao longo dos 55 hospitais que ofertam UTI desde a transição de fevereiro para março, com agravamento no nĂșmero de mortes e de casos diĂĄrios.

Por dias consecutivos, foram registradas mais de 100 mortes diĂĄrias em decorrĂȘncia da Covid-19.

Mesmo hospitais bem estruturados, como o Marieta Konder Bornhausen, em ItajaĂ­, apresentam dificuldades em lidar com tamanha demanda de pacientes. A unidade em questão viveu uma situação emblemĂĄtica no fim de semana, quando fiéis fizeram uma fila de oração.

Chapecó e Florianópolis acumulam fila mais extensa

Se analisada regionalmente, a fila é maior no Oeste, na região de Chapecó, e na Grande Florianópolis, com 94 e 68 pacientes, respectivamente. O entorno de Chapecó foi a primeira parte de Santa Catarina que apresentou indĂ­cio de colapso, que mais tarde veio a se estender por todo o território.

O agravamento obrigou autoridades a enviarem pacientes para outros Estados, como o EspĂ­rito Santo. Contudo, o desfecho foi crĂ­tico. Quatro dos 16 pacientes que foram transferidos para o Estado capixaba morreram, sendo a mais recente ainda nesta segunda (15). Ivani Oliveira Ratkiewicz, de 63 anos, estava internada no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, no municĂ­pio da Serra, na região metropolitana de Vitória (ES).

Além da porcentagem que não resistiu ao vĂ­rus, o EspĂ­rito Santo também reportou alta na lotação de leitos e suspendeu as transferĂȘncias na Ășltima sexta (11). A decisão foi anunciada em decorrĂȘncia do aumento da demanda do atendimento na região de Vitória, cidade para onde os pacientes seriam transferidos.

De acordo com o painel de ocupação de leitos hospitalares do governo do EspĂ­rito Santo, o total de ocupação das UTIs para Covid-19 é de 89%, enquanto os de enfermaria para Covid-19 é de 68%.

Lockdown em pauta após colapso

HĂĄ dias as autoridades do Estado discutem a possibilidade de um lockdown em decorrĂȘncia do agravamento da pandemia e do colapso das UTIs. O governador Carlos Moisés (PSL) decretou fechamento dos serviços não essenciais, mas somente aos fins de semana, além de ampliar algumas restrições em dias Ășteis.

Nesta segunda (15) o assunto voltou à tona, com uma decisão judicial que determina que a gestão estadual discuta medida com técnicos e divulgue a lista atualizada de espera por leitos de UTI e enfermaria a cada 24 horas. Isso, após o MPSC (Ministério PĂșblico de Santa Catarina) e a DPE (Defensoria PĂșblica do Estado) entrarem com ação civil pĂșblica, pedindo o lockdown no Estado, no dia 10 de março na 2ÂȘ Vara da Fazenda PĂșblica da Capital.

No documento, de 86 pĂĄginas, eles alegam que a ação é necessĂĄria devido ao atual cenĂĄrio de colapso do sistema de saĂșde catarinense.

Entorno da Capital terĂĄ lockdown de sete dias

A região Grande Florianópolis se adiantou nas medidas e decretou novas restrições que valerão desta terça (16) até a próxima terça (23). Entre as ações, estĂĄ a suspensão das aulas presenciais, seja em escolas pĂșblicas ou privadas, em todos os nĂ­veis, mantendo somente o ensino remoto.

O transporte coletivo urbano municipal e interestadual poderĂĄ continuar operando, mas apenas com ocupação de 50% da lotação total do veĂ­culo, como jĂĄ estabelecido pelo Governo do Estado.

Ficou decidido ainda que as atividades não essenciais, conforme estabelecido no decreto estadual 1.200, estão suspensas das 18h às 6h, no perĂ­odo de uma semana. Após este horĂĄrio, apenas entrega em casa e retirada em restaurantes estão autorizadas.

Durante o horĂĄrio permitido para funcionamento, a lotação mĂĄxima permitida é de 25%.

Fonte: ND+

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