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Ovos aumentam de 35 a 37% ao consumidor, segundo Cepa/Epagri

Motivo é aumento de custos e demanda.

Por Rádio Onda Positiva em 29/04/2020 às 09:28:51

Foto: Darci Debona

Fazer omelete está mais caro para o brasileiro. Em Santa Catarina os ovos brancos aumentaram 37% em um ano e, os ovos vermelhos, 35,6% segundo levantamento do Centro de Planejamento Agrícola e Socieconomia (Cepa) da Epagri. Em abril de 2019 a caixa de ovos brancos grandes com 30 dúzias estava em R$ 109,13, no atacado. Agora está 152,00. Nos ovos vermelhos o aumento foi de R$ 124,75 para R$ 172,33.

Em Chapecó, por exemplo, a média da dúzia de ovos estava em R$ 7,92 no início de abril, segundo levantamento do custo da Cesta e do Cesto Básico da Unochapecó, em parceira com o Sicom. O preço teve um aumento de 8% em relação a março e 33% em relação ao ano passado.

De acordo com o analista do setor de proteína animal do Cepa/Epagri, Alexandre Giehl, houve um aumento de 7,7% nas três primeiras semanas de abril, mas o vinha aumentando antes da pandemia. No final do ano passado, quando a carne bovina disparou, muita gene migrou para uma proteína mais barata, que era o ovo.

- Os preços já haviam registrado uma variação positiva significativa no último trimestre de 2019, principalmente por conta do aumento nos preços das carnes, que faz muita gente substituir (ao menos parcialmente) a carne por ovos. Mesmo antes da pandemia, os preços já havia subido significativamente em 2020. Em fevereiro, registrou-se uma alta de 15,5%. Em março, os preços continuaram subindo, acredito que já com alguma influência da pandemia. A média de março foi 19,0% superior a fevereiro. Em abril, os preços continuaram subindo, mas houve uma desaceleração no ritmo de alta – disse Giehl.

Ele afirmou que, no início do período de isolamento social, houve um pico de demanda, pois muitos consumidores procuraram fazer estoques domésticos. Ele também avaliou que a posterior desaceleração no ritmo de alta tenha se dado, principalmente, em função do fechamento de alguns estabelecimentos que são grandes demandantes, como é o caso dos restaurantes.

O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, disse que outro fator que está contribuindo para o aumento do preço dos ovos é o aumento no custo de produção. O milho, que estava a R$ 30 a saca há um ano, agora está em R$ 41. E a soja, que estava em R$ 68 em abril do ano passado, agora está em R$ 89 para o produtor e chegou a R$ 112 nos portos.

- A ração ficou mais cara para o produtor e houve um aumento no consumo de ovos devido a uma queda de renda da população. O salário está defasado e há milhões de desempregados – disse Barbieri.

O consumo de ovos no Brasil já vinha aumentando nos últimos anos. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo subiu 9% no ano passado, passando de 212 ovos per capita/ano para 230 ovos per capita/ano no Brasil. Cada brasileiro consome quase um ovo por dia, contando todos os alimentos em que o ovo é um dos ingredientes.

O aumento no preço inicialmente foi bom para os agricultores. Clóvis Luis Piva, de Coronel Freitas, tem 21 mil galinhas poedeiras e produz 50 caixas de 30 dúzias por dia. Ele disse que a caixa passou de R$ 100 para R$ 130 neste ano.

- A procura por ovos vem aumentando. Teve uma alta demanda no início da pandemia nos supermercados, mas por outro lado ficamos sem os clientes dos restaurantes. Uma compensou a outra. O preço dos ovos também estava defasado. Além disso aumentou o custo que é em dólar, que é o custo da alimentação das galinhas. O preço do ovo não vai voltar ao que o pessoal estava acostumado, de R$ 7,99 a dúzia – disse Piva.

Fonte: DC

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